Descrição
Joseli Maria Silva
Marcio Jose Ornat
Alides Baptista Chimin Junior (Orgs.)
Dados técnicos da obra
Edição: 1 a
Páginas: 272
Formato: 16 x 23
Peso: 476g
Miolo: papel ofsete 90g, costurado
Capa: cartão supremo 250g, com laminação fosca
Ano de publicação: 2016
ISBN: 978-85- 62450-47-1
Revisão: Hein Leonard Bowles
Capa, projeto gráfico e diagramação: Dyego Marçal
Sumário
Prefácio — Geografias malditas, malditas geografias?: a discussão de gênero e sexualidades segundo diferentes pontos de vista, no mundo
Miguel Ângelo Ribeiro
Sobre as desobediências epistemológicas e o testamento intelectual de Milton
Santos
Joseli Maria Silva
Marcio Jose Ornat
Alides Baptista Chimin Junior
Não excluam metade da humanidade da geografia humana
Janice Monk e Susan Hanson
Masculinidade, dualidades e alta tecnologia
Doreen Massey
Desenvolvimento rural em El Hatillo, Nicarágua: gênero, neoliberalismo e risco ambiental
Julie Cupples
Mulheres, homens, posicionalidades e emoções: fazendo geografias feministas da religião
Peter E. Hopkins
“Uma perfeita geezer-bird (mulher-homem)”: os lugares e olhares de corporalização “feminina”
Kath Browne
“I do down-under”: naturalizando paisagens e amor através do turismo matrimonial na Nova Zelândia
Lynda Johnston
O casamento e o quarto de hóspedes: explorando a política sexual de austeridade na Grã-Bretanha
Gavin Brown
Refúgios etnoespecíficos na zona de contato liberal: política racial, construção de espaço e as genealogias do setor de AIDS na cidade multicultural global de Toronto
John Paul Catungal
A política sexual do neoliberalismo e a austeridade num país “excepcional”: a Itália
Cesare Di Feliciantonio
Sobre os autores e organizadores
Prefácio
Geografias malditas, malditas geografias?1: a discussão de gênero e sexualidades segundo diferentes pontos de vista, no mundo
Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres.
Rosa Luxemburgo
Os estudos sobre gênero e sexualidades à luz da geografia brasileira têm sua gênese a partir dos anos 1990, conforme aponta Ribeiro (2002)2. Em 2003 surge em
Ponta Grossa, Paraná, o Grupo de Estudos Territoriais (Gete), sob a liderança da geógrafa feminista Joseli Maria Silva e seus companheiros de pesquisa, dentre eles
Márcio Jose Ornat e Alides Baptista Chimin Junior.
Este grupo trouxe novas questões para a análise espacial, pautadas no gênero e nas sexualidades, em contraponto às abordagens heteronormativas, e que, recentemente, agregou outras facetas identitárias, como as racialidades.
No ano de 2016, o Gete, já consolidado e lugar de referência no Brasil e no exterior, nos brinda com esta coletânea intitulada ‘Geografias Feministas e das Sexualidades: Encontros e Diferenças’. São artigos de pesquisadores de diferentes lugares do mundo, interessados em tratar de temáticas que fogem às normas vigentes de uma sociedade excludente e preconceituosa.
Em pleno final da segunda década do século XXI, ainda vivemos a discriminação contra mulheres, gays, bissexuais, travestis, transgêneros e transexuais.
A violência marca os espaços, tornando tais grupos sociais vítimas de assassinatos.
Não importa a escala espacial, o sofrimento diário faz parte da sua vivência: em casa, no trabalho, nos locais de lazer, nas ruas e em qualquer outro espaço público.
Neste contexto, com esforço e coragem, a coletânea apresentada pelo Gete para a sociedade e a academia traz uma importante contribuição para transformar a discriminação em torno de gênero e sexualidades a partir do espaço.
A obra é composta de textos críticos à ordem social heteronormativa e sexista, abordando identidades fluidas e plurais. Janice Monk e Susan Hanson discutem o sexismo na organização e rodução da ciência geográfica. Kath Browne, fundamentada na teoria queer, evidencia a necessidade de superação da bipolaridade de gênero baseada apenas no masculino e no feminino. Peter Hopkins traz a religião como marcador de diferença social e cultural, tratando das experiências de jovens muçulmanos. Doreen Massey (in memoriam) examina a forma como as dualidades razão/desrazão e transcendência/imanência são estruturadoras da compreensão do espaço e propõe a desconstrução desse tipo de imaginação geográfica.
O livro traz também uma preocupação com o debate político e promove uma crítica construtiva acerca das maneiras pelas quais a perspectiva feminista pode ser incorporada à Geografia. Gavin Brown faz uma avaliação sobre as mudanças de atitudes sociais em relação à homossexualidade, bem como sobre a criação de novas homonormas que tensionam a estrutura social vigente na Grã-Bretanha. Outro debate político é o exame das racialidades na composição da genealogia da AIDS e sua 1 Aproprio-me de parte do título do livro organizado por Silva, Ornat e Chimin Junior, publicado em 2013 pela Todapalavra Editora, intitulado ‘Geografias Malditas: Corpos, Sexualidades e Espaços’.
2 Trata-se da obra ‘Território e Prostituição na Metrópole Carioca’, que reúne artigos elaborados nos anos 1990, com questão central pautada na prostituição. Destacam-se alguns importantes colaboradores, como Jan Carlos da Silva, Rogério Botelho de Mattos e Rafael da Silva Oliveira.
Sobre os autores e organizadores
Alides Baptista Chimin Junior (alides.territoriolivre@gmail.com)
Doutor em Geografia, com temática de gênero e geografia política. Professor da
Universidade Estadual do Centro-Oeste e membro da Rede de Estudos de Geografia,
Gênero e Sexualidades.
Cesare Di Feliciantonio (cesaredif@gmail.com)
Doutor em Geografia pela Universidade de Roma. Atualmente faz pós-doutorado na
Universidade de Dublin. Além de pesquisar sobre geografia econômica e geografia
urbana, também tem explorado as geografias das sexualidades, com destaque para
políticas neoliberais de espaços comerciais LGBT e políticas de ativismo.
Doreen Massey (d.b.massey@open.ac.uk)
Professora de geografia na Open University e uma das mais importantes geógrafas
radicais feministas das últimas décadas, com inúmeras obras. Faleceu em 11 de
março de 2016, aos 72 anos, deixando uma inestimável contribuição à geografia
mundial.
Gavin Brown (gpb10@leicester.ac.uk)
Doutor em Geografia pela King’s College London. Professor de geografia humana na
University of Leicester, atua na área de pesquisa de geografia cultural, geografia
política e geografia das sexualidades e de gênero. Atualmente é editor do periódico
Social and Cultural Geography.
Janice Monk (jmonk@email.arizona.edu)
Professora emérita e pesquisadora da School of Geography and Development da
University of Arizona. Tem atuado no Southwest Institute for Research on Women e
desenvolve pesquisas na área de geografias feministas e gênero. Atualmente tem
colaborado com a Gender Commission of the International Geographical Union.
John Paul Catungal (catungalj@geog.utoronto.ca)
Doutor em Geografia pela University of Toronto. Atualmente faz pós-doutorado no
Institute of Gender, Race, Sexuality, and Social Justice da University of British
Columbia. Tem desenvolvido pesquisas que envolvem feminismos, racialidades,
sexualidades e críticas à produção do conhecimento.
Joseli Maria Silva (joseli.genero@gmail.com)
Doutora em Geografia, coordenadora do Grupo de Estudos Territoriais e membro da
Rede de Estudos de Geografia, Gênero e Sexualidades Ibero Latino-Americana
(REGGSILA). Docente da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), atua no
Programa de Pós-graduação em Geografia e é editora da Revista Latino-Americana
de Geografia e Gênero.
Julie Cupples (julie.cupples@ed.ac.uk)
Professora de geografia humana da University of Edinburgh e co-editora da Global
Development Academy. Faz pesquisas nas áreas de gênero e sexualidades, riscos
ambientais e desenvolvimento da América Latina na perspectiva decolonial. Mais
recentemente, seu campo de interesse científico passou a incluir também a geografia
cultural, com o estudo de mídias.
Kath Browne (k.a.browne@brighton.ac.uk)
Professora de geografia humana na School of Environment and Technology. Sua
pesquisa se concentra em justiça social e desigualdades, notadamente as relações
entre espaço, gênero e sexualidades. Ativista LGBTQI, é uma das fundadoras do
Space, Sexualities and Queer Research Group, na Royal Geographical Society.
Lynda Johnston (lynda.johnston@waikato.ac.nz)
Professora de geografia humana na University of Waikato, Nova Zelândia. Tem
trabalhado com várias formas de exclusão espacial, com destaque para racismo,
homofobia e sexismo. Atualmente é presidente da Gender and Geography
Commission da International Geographical Union. Foi editora do periódico Gender,
Place and Culture: A Journal of Feminist Geography, entre 2011 e 2016.
Marcio Jose Ornat (geogenero@gmail.com)
Doutor em Geografia, vice-coordenador do Grupo de Estudos Territoriais e membro da
Rede de Estudos de Geografia, Gênero e Sexualidades Ibero Latino-Americana
(REGGSILA). Docente da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), onde atua
no Programa de Pós-graduação em Geografia, e membro do conselho editorial da
Revista Latino-Americana de Geografia e Gênero.
Peter E. Hopkins (peter.hopkins@newcastle.ac.uk)
Professor de geografia social na School of Geography, Politics and Sociology da
Newcastle University. Desenvolve pesquisas sobre várias formas de discriminação e
desigualdade e a respeito dos desafios da diversidade. Seu foco de pesquisa tem
trazido a perspectiva interseccional entre gênero, espaço, religião e geração. É
membro da comissão editorial dos periódicos Gender, Place and Culture e Children’s
Geography.
Susan Hanson (shanson@clarku.edu)
Professora emérita da Clark University, foi diretora da Clark’s School of Geography nos
períodos 1988-1995 e 2002-2004. É geógrafa urbana com interesse em gênero e
economia, transporte, mobilidade, mercado laboral e sustentabilidade. Contribui com
os seguintes periódicos científicos: Urban Geography, Economic Geography, Annals
of the Association of American Geographers e The Professional Geographer.
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